domingo, 29 de março de 2009

os relatos sobre as drogas


Os relatos, por ocorrerem de forma espontânea e dialógica são fragmentados e entrecortados. Os jovens falam abertamente de suas experiências e rituais para o consumo das drogas. É a curiosidade, o prazer de saber como é, que abre a possibilidade para a experimentação e à iniciação ao uso de drogas.
Como em rituais de iniciação, a convivência desses jovens nos bares oferece a possibilidade de experenciar um sentido da vida em comum, de communitas, que subverte e põe em questão as regras do cotidiano. A experiência de communitas permite que as relações entre os indivíduos, que estão participando dos rituais, tornem-se, idealmente, horizontais e igualitárias, reforçando os laços sociais.
Os jovens transitam em duas formas de sociabilidade alternativas. O mundo da vida cotidiana, onde prevalecem as relações impessoais, a "diluição" das identidades individuais e subjetividades na multidão da metrópole. E o mundo das drogas, onde predominam outros códigos, valores e normas de conduta. Podemos compará-lo ao mundo do sonhos, da brincadeira, das festas, dos ritos e das experiências transcendentes.
Daí a transgressão freqüentemente estar associada ao 'mundo das drogas', que se opõe à vida cotidiana e à sua falta de sentido. "As drogas proporcionam prazer rapidamente. É fuga, liberdade. É ter forças para encarar a vida e um futuro sem sentido. Eu quis pagar para ver. (Vila Madalena)"

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